Uma obra-prima atemporal e excepcional: é o que Casablanca representa!

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     É muito difícil fazer uma crítica aprimorada sobre um dos maiores clássicos do cinema norte-americano, considerado por muitos como a sua obra-prima máxima. Apesar de uns venerarem de maneira incontestável e outros ainda apenas achar que é um dramalhão superestimado, a verdade é que Casablanca é um dos filmes mais importantes do cinema mundial e absolutamente imortal.

     Muitos são os fatores para que se considere de tão valor artístico. Talvez pelas dificuldades que existiram para que uma história política em plena década de 40, sob a égide da Segunda Guerra Mundial, se transformasse num belíssimo roteiro de um grande romance ou pelas questões técnicas que impressionam até hoje.

     O roteiro conta a estória de Rick, dono de um bar em Casablanca, uma pequena cidade em Marrocos na qual é rota de fuga dos refugiados da Segunda Guerra Mundial, a fim de buscarem vistos para viajar a Lisboa e depois à tão-sonhada América. O enlace principal ocorre quando Ilsa, uma ex-amante de Rick, aparece na cidade com o seu marido Laszlo, um resistente Tcheco procurado pela polícia alemã. Aí surgem as memórias da antiga paixão vivida por Rick e Ilsa e a busca por uma solução para o amor dos dois e para a fuga de Laszlo.

     O roteiro é o que há de mais brilhante, em minha opinião. Adaptado de uma peça teatral escrita por Murray Burnett e Joan Alison, mistura, de forma esplêndida, uma situação política real da Segunda Guerra Mundial, envolvendo países como Alemanha, França, EUA, Marrocos e muitos outros. Ademais, desenvolve entre essa questão histórica da década de 40 um romance muito bem planificado entre os horrores da guerra e marcado por uma situação de amor bastante agradável para quem assiste. Uma dualidade interessante e presente apenas em grandes escritos.

     Além disso, as interpretações são marcantes. Humphrey Bogart é o cinismo em pessoa, marcado pela arrogância e poder do seu bar em Casablanca. Contudo, o seu papel muda de ares nos momentos de paixão vivido com Ilsa, demonstrando um sentimentalismo e uma mudança de atuação incrível. Ingrid Bergman dá o toque sensual e feminino ao filme, mais do que necessário em grandes obras, passando através de sua beleza e de seus olhos uma atuação simplesmente brilhante. Paul Henreid não fica muito atrás no papel de um líder da esquerda política. Porém, destaco a atuação do inglês Claude Rains, que interpreta o corrupto Capitão Renault. Seu trabalho é sensacional, dando em certos momentos o tom de sutileza cômica que equilibra o filme em inúmeras formas teatrais.

     Por sua vez inesquecível, a música de Casablanca, criada por Max Steiner, se eternizou na história do cinema mundial. As Time Goes By é um hino do cinema, dando ao romance dos protagonistas a sutileza indispensável a um grande clássico. Com certeza Casablanca não seria o que é na história do cinema se não fosse pela belíssima música de Herman Hupfield, tocada por Sam, interpretado por Dooley Wilson, numa das cenas mais inesquecíveis do filme. Entre uma cena e outra também se ouve tocar a linda Marselhesa, hino da França.

     A direção de arte em preto e branco cativa o espectador e dá um brilho único a grandes filmes, ficando, às vezes, uma indagação aos cinéfilos: será que teria o mesmo resultado se fosse filmado em cores? Não sei, mas creio que não teria o mesmo charme.

     Um dos maiores romances do cinema mundial, com um roteiro brilhante para quem gosta tanto de um drama sentimental como para aqueles que gostam de uma boa música ou apenas de uma história política.

     Incrível que, assim como O Poderoso Chefão, do mestre Coppola, Casablanca, com as inúmeras dificuldades que teve, tinha tudo para dar errado, mas Michael Curtiz fez com que tudo desse certo e mais do que isso.

     Ainda que haja detalhes dos quais eu não goste, eu não consigo deixar de assistir Casablanca e me enquadrar na categoria dos que veneram esta obra absolutamente imortal. A razão eu não sei responder, mas ela me satisfaz completamente, talvez pelo seu gracioso charme talvez pela sua história.

     Um filme para ser visto inúmeras e inúmeras vezes, com grande satisfação!

     “Estou de olho em você, Garota!”

     Avaliação: 10

Ficha técnica:

Casablanca (Casablanca, 1942)
Diretor:
Michael Curtiz
Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains, Sydney Greenstreet, Peter Lorre, …
Duração: 102 minutos
Distribuição: Warner Bros.
Orçamento: US$ 900 mil

Uma resposta to “Uma obra-prima atemporal e excepcional: é o que Casablanca representa!”

  1. janclerques Says:

    TENHO ESSE FILME DUBLADO E COLORIZADO.

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